JESUSALÉM - MIA COUTO
Ana Mafalda Salvado
Um pai déspota com os filhos e os demais, atormentado de dores, recordações e muitos remorsos, que vai progressivamente enlouquecendo, até se fechar no mais completo mutismo.
Inicialmente até queria que os filhos alinhassem e partilhassem os seus constantes desvarios.
Rude de linguagem e de gestos, apenas gostava de um, embora nunca o tivesse demonstrado com palavras e actos.
Dava-se ao luxo de alterar a seu belo prazer os nomes dos que o rodeavam e ai de quem o contestasse! Choviam palavrões e pancada!
A loucura maior tinha-a com a burra Jezebel, quando a cortejava como de uma mulher se tratasse, a pontos de lhe dar flores e copulava com ela como se fosse a coisa a mais natural do Mundo, tratando dela dela com um desvelo doentio.
O livro tem os dois extremos - a violência e a poesia. Veemência e doçura!